Telescópios
Sob o céu da minha boca
palavras perseguem pensamentos aos meteoros
enquanto sobrevivo a mim mesmo.
Miro o rastro mais humilde, mas jamais cadente,
que como lava de vulcão, magma, seiva
risca o denso escuro azul e diz:
as estrelas são por dentro!
O sol em respostas de outono
nas folhas que tingem a estrada espessa de ferrugem
vai de encontro a outras primaveras
onde abelhas e flores e umidade se perguntam.
Árvores de mil olhos enxergando satélites
e corpos celestes brilhando há tanto tempo!
Rútilas, elas também olham para dentro da terra e de nós mesmos
adivinhando em resinas cítricas
a qualidade e direção das galáxias livres
circundando mundos e mandalas
através de muitas vidas e apesar de tantos corpos,
rosário contínuo emudecendo corredores...
Tudo numa única nota que ressoa deuses transparentes
coexistindo num mesmo universo em pináculos
desta ilha que simplesmente respira
o som de uma mesma constelação
luzindo dentro, microscopicamente,
ampliada em magnitudes e vácuo,
voz de floresta em diversos sentidos.
É assim que Deus reverbera.
Corfu 03/08/25
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.