Petardos
Se
não houver resignação
o
despertar é insuportável.
No
pequeno tratado do mundo sutil
o
sol começa sua jornada e ilumina um céu inteiro!
O
belo persiste intermitente.
Assim,
o pulsar desigual dos semáforos
é
tão somente uma miragem na estrada ampla,
vida
que respira sem rimas
o
toque redentor do eterno amanhecer em cada poro
como
a alvorada de um cosmos que não tivesse pressa.
Um
mistério que se preserva e se prolonga,
consubstancial
e transubstancial
e
dele ainda
emergem outros pranas.
As
portas da eternidade
permanecerão
abertas o tempo todo.
Somos
aqueles que negam a travessia de seu umbral
por
sua fantástica e evidente proximidade,
muito
maior e mais íntima que nossos próprios umbigos.
Olhar
a vida com olhos de boneca que jamais se fecham
entrevendo
imparciais
a
mágica viva do quarto de brinquedos;
a
quietude do olhar
perante
a surpresa imparcial da clarividência.
Nem
o peso das chaves obsoletas que trazemos por precaução
como
apêndices mal dormidos
trazem
outras respostas além de ruídos nos bolsos,
os
mesmos que ainda acreditam e defendem na ferrugem,
a
lei oca das fechaduras
que
desconhece o transe libertário dos
batentes.
Abram
alas para os cegos
e
ouçam o roer dos mudos.
Aqui,
nem o sono dos surdos é absoluto!