Os
Mistérios de Samotrácia, Lemnos e Imbros
“Eles são
deuses! Mas maravilhosamente estranhos,
Sempre
fazendo suas formas mudarem,
Sem que
saibamos o que possam ser.”
Goethe, Fausto, Parte II, 8075-77
Todas as Vitórias, leves, em brisas
vêm descendo os degraus para nos buscar por dentro
ao encontro de nossa liberdade:
ninfas prestes a celebrar suas núpcias
com algum semideus que acorde do silêncio dos frisos.
Orgasmos de bocas e púbis sussurrando enigmas
nas pedras do tempo. Suor sem algemas!
A seco, pelo molhado eu sigo seu perfume.
E sinos repicando corações delinquentes
como a onda que bate no meu
peito Noto
que num mergulho sinto que é o
mar inteiro
de um vento forte e salgado em
maresia relinchando nas narinas...
As luzes alcançam
pontos de intersecção
sinalizando a estrada paralela
à praia
e que ninguém sabe para onde
vai,
exceto pelo aroma inebriante
de tomilho e lavanda
incontestes riscos de
violeta vistos daqui
em lampejos raros, fugazes e
telegráficos!
Eu só sei o caminho até o
farol porque ele é tão inegável
quanto o sol no zênite de um gato preto
brincando livre num mesmo céu de enésimas potências!
“Ser
gerado pelo mundo, moldado em luz,
fortalecido
pelo Sol com todo o poder da Lua…”
A
seco, pelo molhado
minha sede é de urgência e até na contramão eu te persigo!

