domingo, 12 de outubro de 2025

Os Mistérios de Samotrácia, Lemnos e Imbros

 

Os Mistérios de Samotrácia, Lemnos e Imbros

 

                                      “Eles são deuses! Mas maravilhosamente estranhos,

                                      Sempre fazendo suas formas mudarem,

                                      Sem que saibamos o que possam ser.”

                                                                              Goethe, Fausto, Parte II, 8075-77


Todas as Vitórias, leves, em brisas

vêm descendo os degraus para nos buscar por dentro

ao encontro de nossa liberdade:

ninfas prestes a celebrar suas núpcias

com algum semideus que acorde do silêncio dos frisos.

 

Orgasmos de bocas e púbis sussurrando enigmas

nas pedras do tempo. Suor sem algemas!

A seco, pelo molhado eu sigo seu perfume.

 

E sinos repicando corações delinquentes

como a onda que bate no meu peito Noto

que num mergulho sinto que é o mar inteiro

de um vento forte e salgado em maresia relinchando nas narinas...

 

As luzes alcançam pontos de intersecção

sinalizando a estrada paralela à praia

e que ninguém sabe para onde vai,

exceto pelo aroma inebriante de tomilho e lavanda

incontestes riscos de violeta vistos daqui

em lampejos raros, fugazes e telegráficos!

 

Eu só sei o caminho até o farol porque ele é tão inegável

quanto o sol no zênite de um gato preto

brincando livre num mesmo céu de enésimas potências!

 

“Ser gerado pelo mundo, moldado em luz,

fortalecido pelo Sol com todo o poder da Lua…”

 

A seco, pelo molhado

minha sede é de urgência e até na contramão eu te persigo!