segunda-feira, 10 de março de 2014

Tiberíades



Tiberíades

                                                                             a meu Pai

Porque eis que se pode dizer com toda verdade:

um é o que semeia, outro é o que ceifa.

Enviei-vos a ceifar onde não tendes trabalhado;

outros trabalharam, e vós entrastes nos seus trabalhos.”

João 4, 37-38


As flores de mostarda eram um tapete tênue sob o velho carvalho.


Sua dignidade solitária naquele campo em Oregon House

surgia soberana em sonhos amarelos de Van Gogh

num mês de Abril.


Puro delírio...


Beith El comparou o grão de mostarda ao Reino dos Céus

na mais estreita parábola que ensinou aos homens. (Mat 13, 31)


Pelos prados e colinas, sua voz vibrava

como os cantos dos pássaros

que alimentam o espírito.

Ainda que sem testemunhas de seus voos

ou da visão fantástica de suas cores e matizes

a revelar o ton sur ton

das notas musicais entre as folhagens,

a melodia dos passarinhos

se faz presente e exata a olhos invisíveis.


E as asas de Yassu estavam o tempo todo ao nosso redor

num abrigo de abraços em ninhos internos

com o ar de todo o vale tragado em fôlegos rasantes!

Tudo ao mesmo tempo...


Assim como os anjos no sonho de Jacó

no degradée

do mesmo subir e descer,

o caminho é único entre Céus e Terra:

não há contramão.


No milagre

da multiplicação

os deuses trazem a fome com o pão embaixo do braço.

                                                                   Ein Karem 10.03.14












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