Sândalo
O
Amor, fluente em todas as línguas
é
um leão entre os homens,
sol
que tudo penetra e revela
impregnando
a quietude fria e úmida da floresta
inebriada
pelo aroma da resina dos sândalos,
rei
desperto reconquistando seus domínios
do
jugo da escuridão e sonhos de exílio.
À
luz, custa o exercício físico da combustão.
Mas
a dor do fogo
acende
um céu inteiro refletido na paisagem
da
qual somos pássaros
declinando
abismos em ousadia de voos
dos quais somos lendas
imitando
a sutil impermanência das nuvens
expandindo
céus & quandos.
Assim,
a fênix teve por graças
o presságio de seu incêndio
o presságio de seu incêndio
e
fechou-se então um livro ainda em brasas.
Finda fábula abençoada em cinzas
enquanto
a exatidão da lenda persiste no calor dos dias
e
as grades, derretendo, prescrevem sua babel
vencidas
pela manhã que surge infinda,
fosforescente,
cometendo a própria luz.
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