sexta-feira, 26 de junho de 2015

Das alcachofras fosforescentes e mais nada...



Ecossistemas

                                                                  A uma migalha de pão

que deixada para uma gata
 permaneceu impune no muro,
intocável

 Bichos matreiros e sagazes,
não se ganha um felino nem com o melhor padeiro
se não houver confiança mútua

E ela se foi por outros muros
outros quandos...

Mas um beija-flor de imediato
em fios de eletricidade
avistou curioso
em telégrafos de assobio

Depois
assustado por algum ruído
voou para flores mais próximas

Rimas não mentem
Todas. Em sufixos e prefixos

Minutos para que um exército de formigas
viesse em valhalas buscar provisões.

Uma fila delas pelo muro,
trouxe o beija-flor de volta em arpejos.

...E a gata
que atacou em golpes de trapézios
sem alçar zás de passarinhos!

Ciranda

As alcachofras fosforescentes
assistiram tudo isso junto ao entardecer
pelos muros do hospício

Viver as palavras como enigmas
 decifrando a vida em parábolas sem fim

...sempre por ser contada
sem desfechos ou prelúdios
sem amarrar conclusões
que não condizem,
apenas reticências...






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