sexta-feira, 4 de março de 2016

Indra - O céu que nos protege


O céu que nos protege


Quem me ensinou a placidez das esfinges
e a abrangência silenciosa das pirâmides
criou a chave-mestra para todas as portas
permanecendo tão inefável
quanto o calor da paisagem num dia de março.

Os muezins cantam as horas e a ordem
enquanto os radares ardem em revista seus temas de medo.
Quem serão os demiurgos na matrix?

Tudo prossegue impiedosamente
enquanto persigo obeliscos...

A luz que em mim seu céu aponta
em janelas que revelam todos os mistérios
o amanhecer em brasas de seu sol me deu:
mapas panorâmicos em gotas de luz
que prescindem de downloads
ou itinerários.

Rosa dos ventos que brisas não permitiram
por magia demais no corpo dos cataventos,
doces perfumes perseguindo eternidade
para provar que o limite
é o gosto transubstancial
do infinito numa dimensão qualquer,
rio em filigranas que cumpre seu percurso
até um mar que beba seu destino
na conquista potável e nua em sede de dunas,
parte de um grande oceano que a tudo permeia.

A rede de Indra é somente
o sopro transversal de um beijo
no hálito morno aquecendo pedras no deserto,
travessia que perpassa um gosto de degredo
enquanto abraça o exílio do que perto está.

E a distância, apenas referência que aproxima,
mecânica celeste que não conhece
 mar, chão ou estrelas:
puro espaço do qual somos talhados
sem forma, traço ou lugar.





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.