quarta-feira, 22 de abril de 2020

À Terra

À Terra

O arado jamais pensou no prazer tenro das uvas

e o vinhedo desconhece por completo

o delírio consubstancial dos sentidos

que num cálice contém toda uma fábula.


O tempo germinou o que um dia foi plantio,

tornou-se colheita e destilou seu vinho depois.


Quando o futuro mostrar-se um projétil no escuro

o solo será outra vez preparado e dele surgirão novos frutos.

A natureza criará mais uma vez

o combustível para alcançar estratosferas

onde os termos de medidas

não mudam apenas perspectivas,

mudam mapas.


Os céus trarão a chuva necessária para irrigar os campos

e a metáfora do suor compreenderá então

a alquimia que custou o amanhecer 

de todos os dias da eternidade!







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