Tuaregues e
castelos de areia
O deserto tem
segredos para contar.
Há muito tempo
havia um mar aqui.
O trabalho a fazer é
transformá-lo em oceano outra vez...
Quanto mais próximo
se chega
Mais o calor e a
aridez aumentam.
Sem ondas. Apenas
dunas.
Mas não se iluda
com as estações!
Vá para o meio da
terra árida
Brincar com castelos
de areia como numa praia,
Seguindo pegadas
como num deserto...
Qual oásis pode ser
verdade?
Como discernir
miragens que encantam à primeira vista,
Iludindo meu coração
com promessas de delírio
Para depois, cegar
meu desejo tuaregue
Com areia cruel e
sede impiedosas?
A viagem deve ser
feita a sangue e suor
Para traçar o
rastro luminoso nos caminhos...
Sujo de areia e
sedento mas livre de ilusões!
Queria transformar
este destino trôpego por mim mesmo,
Tornar as coisas
mais fáceis nesta caravana...
Mas não posso!
E esse oásis, se
por acaso encontrá-lo
Será apenas um
descanso para os camelos
E alguma boa música
noturna dos beduínos
Antes de prosseguir
a viagem através do destino, em pleno deserto.
A vida é apenas uma
nota nas cordas da harpa de Deus.
Nós continuamos.
Como a música.
Às vezes a vida é
um jogo
E as peças, feitas
de areia.
É necessário
considerar a umidade relativa do ar
E estar alerta aos
ventos do sul que possam inesperadamente
Alcançar esse
tabuleiro.
Peças feitas de
areia se desvanecem no deserto como ilusões finalmente se vão...
É uma sina
sobreviver dia a dia
Com a frescura do
sempre novo e terno tempo...
E repetir o nome de
Deus como o primeiro beijo na amada
Dormindo ainda a meu
lado sob esta palmeira num dia ensolarado.
A vida é hoje. Tudo
mais é pura especulação imobiliária.
2007
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.