domingo, 16 de junho de 2013

Jerusalém


Jerusalém



As torres dos minaretes

acima das espirais de fumaça de âmbar e mirra

apontam a direção dos céus em obeliscos roubados

enquanto o coração dos homens permanece claustrofóbico

intrigado e encalacrado em suas teias.



Jerusalém de sempre para nunca mais!

Almádena vibrando eternidades do alto de suas colinas,

velha cidade onde emoção e sentimento se calam

e o tempo é uma mensagem de lodo submersa em cada pedra.



Poderia decompor sua vida em desalinho

como um poema loucamente desordenado

com as rimas ao avesso num compasso de algemas

procurando em dominós a resposta equivalente de existir

frente a vertigem do tempo nas ladeiras e dos precipícios

numa descendente inevitável e que sempre foi assim.



Mas este é um poema que emudece na máscara de mil vozes

quando os ecos respondem chamando à oração e ao retorno

cinco vezes ao dia, incondicionalmente...



Jerusalém que também se cala resignada à fé que permeia suas ruas,

sangue percorrendo escadas e vielas para despertar no coração cansado

das grandes mesquitas e na massa humana que preenche cada centímetro

onde Deus é uma compreensão coletiva e um sentimento ainda possível.



Al-Aksa é dentro de você.











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